quinta-feira, 20 de outubro de 2011

«L'inconscient qui s'embrume, poésie nocturne, ôde à la lune»


"Como se sabe, os sonhos são uma coisa muito estranha. Percebemos neles, com uma clareza assustadora, com uma artística elaboração, certos pormenores, ao passo que passamos outros completamente por alto, como se não existissem, sucedendo assim, por exemplo, com o tempo e com o espaço. Creio que os sonhos não os sonha a razão, mas o desejo; não a cabeça, mas o coração, e, no entanto, sobre que coisas tão complicadas passa às vezes a minha razão, no sonho! Coisas absolutamente incompreensíveis". 
Dostoiévski, F. (2008). O Sonho Dum Homem Ridículo (Nunes, N., Trad.). Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições. p.23 (negrito não original).

2 comentários:

  1. "(...) como se sabe, os sonhos são uma coisa muito estranha (...)"... e verdadeira!... quando se tornam transparentes à interpretação da razão e do coração... :))

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  2. No abismo da "suposta alienação" só me ocorre a "transparência" desconcertante do Fernando Pessoa: «O porto que sonho é sombrio e pálido/ E esta paisagem é cheia de sol deste lado…/
    Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio/ E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol…».
    O meu "Abracinho" :)

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