"A força do evento é sempre mais forte do que uma força do performativo. Face ao que me acontece e ainda também no que decido (nas Politiques de l'amitié tentei mostrar como este caso deveria comportar uma certa passividade, por isso que a minha decisão seria sempre decisão do outro), diante do outro que acontece e me acontece, toda a força performativa é ultrapassada, excedida, exposta.
A força concedida a uma experiência do talvez mantém sem dúvida uma afinidade ou uma convivência com o «se» ou o «como se». [...] Mas percebe-se bem que esse «se», esse «e se», esse «como se» não é já redutível à ordem de todos os «como se» de que até aqui falámos. E se ele declina no modo do condicional, é também para anunciar o incondicional, o eventual ou o evento possível do incondicional impossível, o inteiramente outro - que deveríamos a partir de agora (também ainda não disse isto hoje, nem o fiz) dissociar da ideia teológica de soberania."
DERRIDA, Jacques, A Universidade sem condição, trad. Américo A. Lindeza Diogo, posf. Fernanda Bernardo, Angelus Novus, Coimbra, 2003, p. 71 (negrito não original)
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