Preservo, talvez por teimosia, um sopro de respiração que me permita, ao fim de uma semana exaustiva, ler os artigos de opinião do excelentíssimo Anselmo Borges, pensando, a cada vez, que já nada me pode surpreender! E entra, de novo, o choque da semana: 8 parágrafos online de uma inqualificável ousadia social, de uma inexplicável manipulação mental - Os do Sul.
Esta semana, os alemães (no seu ditame) são mote para apresentar uma máxima singular: «Se há país de que eu gosto, ele é a Alemanha. Tenho excelentes e queridos amigos alemães. O que eu sei devo-o em grande parte à Alemanha.» que se transmuta para máxima universal: «É de lá que vem da melhor filosofia, da melhor teologia, da melhor música, da melhor matemática, da melhor física, da melhor literatura. A língua alemã é singular no forjar do pensamento». Esta semana, a alma da Alemanha tem Auschwitz e generosidade no mesmo parágrafo porque «Sem ela, não haveria o que se chama União Europeia nem o euro.». Reparem que, enquanto estado membro fundador da UE, a Alemanha deve ter mais "importância" do que a Bélgica, a França, a Itália, Luxemburgo e os Países Baixos (e o euro nem remonta ao que é, ou seja, à União Económica e Monetária, e à consagração do Tratado de Maastricht): "obrigadinha" Alemanha!!! Será que na próxima semana vai dizer que o Estado Novo criou o Campo do Tarrafal, mas apoiava a Igreja Católica (obrigadinha Salazar!)?!
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