terça-feira, 6 de março de 2012

«EU, ANTONIN ARTAUD*»


Há uma história do surrealismo e, com efeito, conheço-a muito bem, embora não seja aquilo que se pensa. ̶  Para toda a gente o surrealismo só é mais um ismo acrescentado a todos os ismos que apodrecem nos alfarrábios; e que põe a titubear nas aulas todos os organismos de homens de tenra idade, em condições de florir e morrer, com mais um ismo que os faz apodrecer no túmulo. ̶  [Classicismo], romantismo, simbolismo, futurismo, cubismo, qual é o morto que ainda se lembra dos vossos ismos, e o que fizeste de todos os vossos mortos?
   
*Artaud, A. (2007). «O Surrealismo e o Fim da Era Cristã». In, EU, ANTONIN ARTAUD (trad., apres. Fernandes, A.). Lisboa: Assírio & Alvim. ISBN 978-972-37-1228-8. p.61.

1 comentário:

  1. Magnífico mote de reflexão. Pessoalmente sou uma incondicional do surrealismo, seja na pintura ou na literatura. Por isso, para mim o surrealismo é, antes, um "ismo" que se distingue entre os outros.
    Obrigada por esta excelente partilha. Tomarei nota da referência.

    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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