Aspecto primeiro: permitiram-se elaborar uma “reunião” de um núcleo que “ainda” não existe(ia), onde em vez de uma apresentação concisa da história da UMAR, da UMAR enquanto actividades, do feminismo activista e não activista, do(s) feminismo(s) no geral (panorama nacional e internacional - p.ex.), visou-se a apresentação pessoal de cada uma das presentes, tendo sido referido, por algumas, o facto de não estarem minimamente familiarizadas com qualquer leitura ou “corrente feminista” (felizmente a UMAR opta por uma “igualdade de género”, mas não no que diz respeito à sua formalização de associados masculinos). Passou-se, logo de seguida, à “planificação” de futuras actividades. Foi um mecanismo altamente invasivo (sim – não se é obrigada a falar, mas é constrangedor se não o fizer), altamente manipulador para a finalidade que visam.
Segundo aspecto: antes de qualquer outro “epíteto” – antes de psicóloga, académica ou o que quer que seja, endereçar-me-ei à excelentíssima Salomé Coelho enquanto Vice-Presidente da UMAR - a única representante dos órgãos sociais presente: quem “fala” (“modera”/”conduz”) tem de atentar para quem e como está a falar: repare-se, por exemplo, que a representante em causa optou, a seu bem querer, por um endereçamento na primeira pessoa (mesmo após uma reparação (de uma das presentes) face ao querer evitar (para si) um clima “à vontadinha”) a toda e qualquer uma, em vista a acentuar o clima de “informalidade” (só faltavam as cervejas). Dir-lhe-ei que, de facto, a distância permanece (para “nosso” bem) independentemente do endereçamento na primeira pessoa. De qualquer modo, e visto que somos “todas diferentes” pede-se que, enquanto “herdeira” da hiper-responsabilidade que UMAR tem assumido, saiba ter uma “cordialidade respeitosa” mesmo para com aquelas que não sendo “feministas activistas” pretendem, de algum modo, contribuir com algum “tipo de trabalho”.
Terceiro aspecto: em momento algum se pretende, com estas “palavras”, “agredir” o trabalho feito e conseguido pela UMAR.
É preciso, é preciso, é preciso, é preciso (faço das palavras Dela a “minha voz”): «Um certo “feminismo”, em todo o caso – um “feminismo” que interditaria e desconstruiria justamente todo e qualquer “ismo” das hipóteses filosóficas, político-sociológicas ou antropológicas essencializantes.» (BERNARDO, Fernanda (2007). «Do “Tout autre” (Lévinas/Derrida) ao “Tout autre est tout autre” (Derrida): Pontos de não-contacto entre “Lévinas e Derrida”». Acedido em: http://www.revistaitaca.org/versoes/vers14-09/238-266.pdf. pp.246-247).
Cara NYX, independentemente da situação em concreto, junto-me a si no combate a toda e qualquer forma de fundamentalismo. Quando uma causa assume contornos fundamentalistas facilmente se transforma em veículo de despotismo e alienação.
ResponderEliminarUm abraço e os votos de felicidades nesta quadra e por todo o novo ano.
Cara R.,
ResponderEliminarObrigada pela sua partilha. De facto, antes de qualquer situação concreta estão os "contornos fundamentalistas". Não compreendo, por exemplo, que seja usado o argumento da "igualdade de género" enquanto mote de acção, quando na sua base ideológica (e não uso a expressão ao acaso) partem de uma dicotomia... (isto para dar um exemplo). A alienação fica presente com uma "figura mor" aliada à falta de questionamento, mas isso tem nome e não precisa de passar pela "ignorância". O fanatismo está na base das maiores repressões sociais...
Um abraço grande para este 2012.
Absolutamente! É uma excelente síntese. O fanatismo não se questiona, não reflecte sobre si próprio, tende, antes, a exacerbar e extremar posições. O que mais me entristece é que, tratando-se de causas como o feminismo, rapidamente se arrisca a credibilidade e a razão... Haja quem coloque o dedo na ferida! :)
ResponderEliminarUm abraço.
Infelizmente creio que "colocar o dedo na ferida" não chega. O caso concreto da UMAR precisava de "balizamentos", tanto do ponto de vista teórico, como do ponto de vista legal...(A título pessoal, parece(me) que por mais "vitórias" que se consigam (e não falo só da UMAR), não tendo a rectidão necessária, não irei "aceitar" (para mim) o "argumento" de uma "representatividade democrática"! O mesmo acontece com as milhares de manifestações de professores(as) (que nada tenho contra como é óbvio - "liberdade de expressão":sempre) - Mas já pensou quantos e quantas terão feito a sua formação de um modo "limpo"?! Deveriam, ao acaso, ensinar (professar)?!
ResponderEliminar(Partilhando pensamentos...)
O meu abraço...