quarta-feira, 31 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
The highlight of the week goes to: Anselmo Borges
sábado, 27 de agosto de 2011
"(…) sou só um cadáver vivo e que se vê sobreviver – e vivo aqui com angústias de morte" (Artaud 1942: manicómio de Rodez)
terça-feira, 23 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
«...»
«Since you ask, most days I cannot remember.
I walk in my clothing, unmarked by that voyage.
Then the almost unnameable lust returns.
Even then I have nothing against life.
I know well the grass blades you mention,
the furniture you have placed under the sun.
But suicides have a special language.
Like carpenters they want to know which tools.
They never ask why build.
Twice I have so simply declared myself,
have possessed the enemy, eaten the enemy,
have taken on his craft, his magic.
In this way, heavy and thoughtful,
warmer than oil or water,
I have rested, drooling at the mouth-hole.
I did not think of my body at needle point.
Even the cornea and the leftover urine were gone.
Suicides have already betrayed the body.
Still-born, they don’t always die,
but dazzled, they can’t forget a drug so sweet
that even children would look on and smile.
To thrust all that life under your tongue!—
that, all by itself, becomes a passion.
Death’s a sad bone; bruised, you’d say,
and yet she waits for me, year after year,
to so delicately undo an old wound,
to empty my breath from its bad prison.
Balanced there, suicides sometimes meet,
raging at the fruit a pumped-up moon,
leaving the bread they mistook for a kiss,
leaving the page of the book carelessly open,
something unsaid, the phone off the hook
and the love whatever it was, an infection.»
Anne Sexton, "Wanting to Die" from The Complete Poems of Anne Sexton (Boston: Houghton Mifflin, 1981). Copyright © 1981 by Linda Gray Sexton and Loring Conant, Jr. Reprinted with the permission of Sterling Lord Literistic, Inc.
Kirsty Mitchell, My Angel (2008-2009)
sábado, 20 de agosto de 2011
Ao terceiro dia, Bento XVI disse:
"Nós devemos ser santos para não criar a contradição entre o símbolo que somos e a realidade que queremos significar".
Permito-me uma pequena «chamada de atenção» em apenas dois pontos, pois parece-me que a idade já anda a deixar o senhor Ratzinger um pouco confuso:
i) Redução substancial dos que podem "ascender" a "santos":
Sendo o objectivo da «Humanidade» a procriação (ou "dar à luz", se o termo anterior for excessivamente agressivo), mote típico que condena desde o casamento entre pessoas do mesmo sexo até à prática do aborto, e encontrando-se o sacerdócio vedado às mulheres (polémica que colocou já o senhor Policarpo na linha de fogo do Vaticano) restar-nos-á, então, uma pequeníssima percentagem de homens que poderão "dar corpo à palavra de Deus". (Deduz-se daqui que se deve seguir o mandamento "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." mas nada de extravagâncias, no que toca à "santificação" não sejamos abusivos, ficamo-nos por uma pequena elite devidamente seleccionada e acabam-se as brincadeirinhas do "como a ti mesmo"!)
ii) Limitação da acção por insuficiência do modelo epistemológico:
Subentende-se, na afirmação papal, uma relação unívoca entre significante e significado, entre o símbolo e a realidade que se quer significar, sendo Deus a realidade última. Ora, talvez o excelentíssimo não tenha ponderado seriamente nesta proposição, pois a tal pequena percentagem de homens que poderão ascender a santos serão símbolos da realidade que se quer significar mas, para a significarem, de acordo com o paradigma cognoscente aqui em causa, será imperioso um conhecimento prévio dessa mesma realidade mas (ups!) a Igreja defende que Deus é incognoscível! Parece-me que caímos numa hermenêutica bíblica consideravelmente subjectivista, movida pelo desejo cobiçante de "igualar", simbolizando, o Deus todo-poderoso! (Então e o mandamento "Não cobiçar as coisas do outro."?!)