terça-feira, 8 de novembro de 2011

(ar)ruína(me)

"Na origem foi a ruína. Na origem acontece a ruína, ela é o que primeiramente lhe acontece, à origem. (...) Daí o amor das ruínas. E daí a pulsão escópica, o próprio voyeurismo, espreitar a ruína originária. Melancolia narcísica, memória enlutada do próprio amor. Como amar outra coisa que não a possibilidade da ruína? Que a totalidade impossível? O amor tem a idade desta ruína sem idade - ao mesmo tempo originária, infans mesmo, e já velha."
Derrida, J. (2010). Memórias de Cego. O auto-retrato e outras ruínas (Bernardo, F., Trad). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. pp.70/74.

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